quinta-feira, 14 de junho de 2012

Um dia...







Um dia digo-te que és especial.
Que me fazes sentir nervosa, idiota e, sobretudo, sem jeito. Digo-te que quando estás na mesma sala que eu, o mundo para, a minha respiração altera-se e penso tanto no que te dizer, que acabo por não dizer nada... Ou então digo algo a condizer com aquilo que me sinto… algo sem jeito!

Mas, um dia, com a respiração controlada e sorriso nervoso escondido, vou-te fazer entender aquilo que tanto se passa por dentro, mas que nunca viste por fora. Que quando te olho nos olhos deve transparecer. Mas é impossível conseguires associar um olhar transparente a uma ideia que não lembra a ninguém para além do meu inconsciente.

Vou então fazer-te compreender disto tudo, de forma astuta, pois claro. Porque sinto que te vai apanhar despercebido, vai-te impressionar e, sobretudo, porque pressinto que, após isso acontecer, as coisas vão mudar... Um dia!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Além do que apresentas...


Só dei por ti a meio do curso. Até lá e entre tantos, apesar da tua imagem diferente, não tinhas sobressaído… nem com a piada do formador dirigida a tua pessoa constantemente...
Já não sei como, ou a que propósito, convidaste-me para irmos beber um chá. E fomos. Eu de muletas que tinha torcido o pé e tu a andar o mais devagar possível para me acompanhar. Um máximo. Mais uns quantos encontros aconteceram depois.
Demorei a abstrair-me do teu corpo para me focar na tua pessoa. É o problema das pessoas com ótima imagem… Usualmente não passam disso e eu queria certificar-me que ias muito mais além daquilo que apresentavas.
Explicaste as tatuagens, os piercings, as rastas, as suas simbologias, características e razões. Falaste-me da tua vida e eu consumi tudo o que te dizia respeito.
Depois foste embora. Tinhas que ir.
Nem ponderei essa parte evidente da tua vida. Eu podia ter percebido isso, era obvio. Mas não fui a tempo de juntar as peças do puzzle, tal era o entusiasmo por te estar a conhecer…