quinta-feira, 14 de junho de 2012

Um dia...







Um dia digo-te que és especial.
Que me fazes sentir nervosa, idiota e, sobretudo, sem jeito. Digo-te que quando estás na mesma sala que eu, o mundo para, a minha respiração altera-se e penso tanto no que te dizer, que acabo por não dizer nada... Ou então digo algo a condizer com aquilo que me sinto… algo sem jeito!

Mas, um dia, com a respiração controlada e sorriso nervoso escondido, vou-te fazer entender aquilo que tanto se passa por dentro, mas que nunca viste por fora. Que quando te olho nos olhos deve transparecer. Mas é impossível conseguires associar um olhar transparente a uma ideia que não lembra a ninguém para além do meu inconsciente.

Vou então fazer-te compreender disto tudo, de forma astuta, pois claro. Porque sinto que te vai apanhar despercebido, vai-te impressionar e, sobretudo, porque pressinto que, após isso acontecer, as coisas vão mudar... Um dia!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Além do que apresentas...


Só dei por ti a meio do curso. Até lá e entre tantos, apesar da tua imagem diferente, não tinhas sobressaído… nem com a piada do formador dirigida a tua pessoa constantemente...
Já não sei como, ou a que propósito, convidaste-me para irmos beber um chá. E fomos. Eu de muletas que tinha torcido o pé e tu a andar o mais devagar possível para me acompanhar. Um máximo. Mais uns quantos encontros aconteceram depois.
Demorei a abstrair-me do teu corpo para me focar na tua pessoa. É o problema das pessoas com ótima imagem… Usualmente não passam disso e eu queria certificar-me que ias muito mais além daquilo que apresentavas.
Explicaste as tatuagens, os piercings, as rastas, as suas simbologias, características e razões. Falaste-me da tua vida e eu consumi tudo o que te dizia respeito.
Depois foste embora. Tinhas que ir.
Nem ponderei essa parte evidente da tua vida. Eu podia ter percebido isso, era obvio. Mas não fui a tempo de juntar as peças do puzzle, tal era o entusiasmo por te estar a conhecer…

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Deriva (ndo)



Excedi-me compulsivamente na roupa, calçado e acessórios. Um clássico. Mas quase aposto de 90% das mulheres entende o meu ponto de vista… E a bagageira do meu Fluffy também me permite tal comportamento.
E, quando não se tem data de regresso possível, nunca se sabe o que poderá faltar em determinada situação ou contexto…

Ando precisamente há 15 dias à deriva.
Sem saber onde vou ou quanto tempo fico por lá! Se tenho ideia do tempo que devo ficar, não sonho qual será o sítio seguinte.
Peniche. Sem qualquer tipo de comentário possível. Nem digo nada, para além da infidelidade completa às expectativas. Misturei mais as cartas do baralho. E continuo sem saber se quero jogar.
SJ. Putos de secundário a ensinarem como olhar para a vida de outra forma. A companhia de uma amiga que me acompanha a par e passo, até mesmo na dança das dunas de S.Jacinto.
Burdinheira. Cantinho próximo de Santa Cruz. Temos uma nadadora salvadora, o melhor aluno, um porta-chaves e a família mais acolhedora de sempre. A simplicidade de um sorriso ou gesto, vale mais que um serviço de mesa completo da Vista Alegre. Five Star Hotel!

Soma e Segue.



[Escrevi este excerto no início de Agosto de 2009. Encontrei-o agora e como isto tem andado parado, achei que valia a pena deixa-lo por cá...]

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ponto da Situação...


Fecho os olhos… e volto a abri-los… tudo na mesma….
Projectos. Relatórios. Planos. Acabar ou Fazer… É o Plano da Unidade de Ensino, o relatório da Etapa que passou, para preparar a seguinte... Ainda o estudo de turma, Apresentação aos Encarregados de Educação, Iniciar o Relatório final…
Por favor dêem-me 3 turmas em poupem-me este trabalho todo… Farta de papeis...

E pensar que no dia 31 de Dezembro estava a fazer Slides no PowerPoint…
Haja vida!? È que está difícil..!

Já só faltam dois terços…!
Depois?
Depois juro que ninguém me apanha... :)

domingo, 13 de dezembro de 2009

Golpe de Estado ao meu Estado de Espírito!



Grávida de cinco meses?!
Juro que dei tamanho berro que tenho a certeza que o vizinho do 7ºE conseguiu ouvir e chamar-me louca.
Pára tudo.
Concentra-te. Inspira e expira… Agora volta a pensar no que acabaste de descobrir: “A Tânia está grávida de 5 meses”
Não consigo. Tenho que gritar de novo…


É a lei e lógica da vida! Eu sei!
Mas não estou preparada para enfrentar isto! Ainda estou a ressacar do casamento do ano…
Ainda ontem estava a ir para a colónia de férias com ela. Aos bailes jogar à apanhada. A passear pelo "Casal". Apanhar o mesmo autocarro para o Liceu...

Acho que da próxima vez que alguma amiga se dirigir à minha pessoa com um discurso próximo de “Tenho uma coisa para te contar…” “Sabes da última?”, ou “Estou para te dizer isto há algum tempo…” Tenho que me sentar e preparar-me para outra destas…
È que são estas coisas que me arruínam a vida e me deixam a pensar nela… São como um golpe de estado... Ao meu estado de espírito!

Depois de umas quantas destas, nem a acupunctura ou a oração de Taizé me fazem ficar homeostaticamente no ponto!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tentáculos para todos os lado...!


É óbvio que há um limite para tudo, rapariga.
Primeiro pensa no que é melhor para ti. Sê egoísta. Se queres dormir 12h seguidas porque não o hás de fazer!?
Queres ser um polvo e conseguir fazer chegar cada tentáculo a um sítio diferente ao mesmo tempo. Nem sempre é possível, sabias?
Andar de cara fresca e saudável também pode ser gratificante invés do ar cansado e vivido.
Há tempo para tudo e não deixes que a visão da falta deste, te consuma o tempo do bem-estar. Pensa no direito ao ócio! Pensa em ti.

Depois pensa que com três passos bem dados, chegas de forma mais segura onde queres ir, que com um passo largo e desajeitado…

sábado, 24 de outubro de 2009

Amigas Jet Leg


Dias escolhidos. Data e hora de voo mais que decidida. Vou tomar a liberdade de ignorar o estágio durante cinco dias e vou ter contigo! Eu mereço! Eu juro que mereço!
Tu estás longe e, apesar de fina, a amizade JetLeg nem sempre compensa… Ás vezes sinto que a tua presença tornaria tudo mais fácil.
Hoje, quando li no o teu e-mail que voltaste a fazer “a lista” pensei que a tua disciplina extrema, fazia-me mesmo bem. Agora sinto que nem consigo agrupar prioridades, quanto mais... Devia tentar ser mais próxima ao que tu és, nem que fosse para me conhecer melhor.
É que olhas para tudo, como se tivesse um código de barras. Passas o sensor e processas no imediato… “tiiiicccc. Produto: maça, Categoria: Fruta, Origem: Alcobaça, Estado: madura. Ainda de bónus… Combina com tarte.” E pronto, vai de imediato para a caixa, dentro da gaveta, que está do enorme armário onde tens tudo distribuído impecavelmente. Quando precisares já sabes onde vais buscar, quando vais buscar e como vais buscar….
Mas o mais incrível é que sei que se te fizesse perguntas ridículas como: “Quais foram os factos mais essenciais na tua vida?”, “O que para ti é indispensável neste momento?”, ou “quais as três melhores opções que alguma vez tomaste?” responderias em menos de dez segundos.
Basicamente amiga, vai-me fazer bem passar aí uns diazitos… Matar saudades, organizar ideias, falar durante horas e horas a fio.
Vendo de um ponto mais prático. Nem que vá aí, fazer umas terapias relacionadas com a superação do casamento da Ica, já compensava…!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pestes Energéticas



São 25! Pertencem todos ao mesmo, mas são bastante diferentes uns dos outros. Há para todos os gostos. As que chegam 10minutos antes de tocar para ficarem na conversa comigo. Os que são hiperactivos e fazem o que devem… e o que não devem. Ainda aqueles que me chamam vezes sem conta: “Stora, veja o meu salto! E agora o meu pino” “Apoio Facial Invertido menino, aprenda a chamar as coisas pelo nome correcto…” As que têm pânico de saltar para o mini-trampolin. Os que são nitidamente uns "fazem tudo" que basta pedir e apresentam logo o resultado bem feito. Os do atestado médico. Os que não sabem andar de patins, e que passam a aula a cair… As que nem uma bola sabem driblar. Os que se esforçam exaustivamente e melhoram pouco a pouco. Os que se cansam rápido e os que querem sempre mais alguma tarefa. Ainda aqueles que me seguem no intervalo para dizer apenas "olá stora!"
Como disse... para todos os gostos!
E eu que os ature, claro está!
Felizmente estão controlados. Pelo menos assim me parece. Assobio e param. Assobio e chamo. Vêm ter comigo… Suspiro de alívio só de pensar que consegui a atenção e motivação dos miúdos.
A aula em si, apesar de exaustiva e stressante derivado das avaliações e observações dos Orientadores e colegas, acaba por ser a parte mais animadora desta experiência.

Este estágio está a consumir a minha energia toda, mas felizmente consegue ser reposta por estas 25 criaturas.

domingo, 27 de setembro de 2009

“Olá ‘stora…”
“Olá!”
“ A ‘stora nem sabe! Sonhei consigo!”
“ Então!?
“A minha ‘stora do ano passado trancou-me nos balneários e a stora foi lá salvar-me…”


Juro que estou tramada com estes miúdos…

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Nem tentarias seja o que for...!


- Eu sei. Estou só a pica-te...
- Tu de mim consegues aquilo que eu quero que tu consigas, ou seja, quando eu também quero. Portanto tu não arrancas nada.
- se tu conseguisses ter aquilo que achas que consegues ter da minha pessoa não sentias necessidade de me avisar de nada...! E se eu não conseguisse picar-te de forma alguma, nem tentarias conseguir seja o que for... certo?





e assim regresso ao meu blog!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Porta Fechada, Janela Aberta...




O Exmo. Sr. Presidente do Conselho Directivo Professor Doutor Alves Diniz (seja lá bem quem for esta criatura pretensiosa) recusou o pedido relativamente à minha ida (e de mais dois colegas meus) aos Açores, para realizar o estágio.
Recebi uma carta enviada pela faculdade, a anunciar a impossibilidade de tal acontecimento…
Trambolhão dos grandes!

E, de seguida, a típica trilogia de pensamentos da minha pessoa.

Primeiro passam pela cabeça as consequências negativas. Uma oportunidade única perdida, a experiência de viver um ano fora. Conhecer. Explorar. Poder partilhar casa com a minha colega. O privilégio de colocação nas escolas das ilhas após a finalização do curso…
Depois, começo a pensar no que aqui tenho. Na ajuda da família no Estágio. Os amigos que me levantam os ânimos. A continuação do trabalho com as minhas miúdas. Toda a estabilidade que posso criar num ano de stress que nunca mais se irá repetir.
Por último, inevitavelmente, meto na cabeça mais hipóteses de sair, explorar e crescer… Não é por me fecharem uma porta na cara, que perco a coragem de saltar pela janela...!

Programa de Mestrado Científico na Austrália?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Malas às Costas I





Os quatro meses e meio que passei em terras de Vera Cruz, encheram-me de inúmeras experiências que me parecem interessantes, ao ponto de sentir que as devo partilhar…

Após o principal propósito estar cumprido, ou seja, quando entrei de férias, resolvi comprar uma mala de viagem estilo campista, e parti à aventura durante o máximo de dias possíveis. Deixei na casa alugada no centro de Florianópolis os meus colegas da faculdade (portugueses, claro) e parti. Sozinha.
“Metro e meio de gente” nestas andanças num terceiro mundo... Só há uma afirmação a dizer: “Tão destemida quanto ingénua”. Nada mais explica tamanho comportamento idiota.
Mas quando quero fazer algo e até tenho os recursos para tal, dentro da minha cabeça só aparece a seguinte ideia... "Porque não?" E assim, de malas às costas, lá fui eu...

Queria visitar uma colega em Belo Horizonte. Deu-me direito a 22h de viagens de autocarros, e umas horas no terminal de Curitiba, para a escala. Nessa paragem, enquanto comia uma refeição barata no restaurantezito do terminal, via o noticiário que falava das enchentes que ocorriam no sul do país. Os milhares de mortos e desalojados. Cidades ficaram completamente destruídas com tamanha manifestação da natureza. Um testemunho que tinha perdido a mulher e os três filhos, dizia que só queria que Deus lhe tivesse deixado um deles como consolo.
Lembro-me de me arrepiar e me sentir egoísta por nunca ter agradecido tudo o que tenho. É bom ver notícias no Brasil, quer no Jornal, quer na Televisão… Ajuda a abrir a pestana para a vida. Apercebemo-nos ao ponto que este mundo pode chegar… (ou ainda não ultrapassou), e viver num país como Portugal, por estranho que pareça, até pode ser uma bênção.

A pobreza no Brasil, bate níveis que não lembra a ninguém que não a tenha visto! E no meio de tanto pedinte, desalojado, meninas de rua e respectivo chulo, tento passar o mais discreta (e brasileira) possível. O portátil que está dentro da minha mala, segundo colegas brasileiros, vale mais do que a minha pessoa… Mas também não tenciono tira-lo de lá, a menos que seja num local seguro. Todo o envolvimento deixa-me insegura e com um nervoso miudinho constante. Quem já passou pelo Brasil e teve a oportunidade de estar um pouco sozinho deve saber o que estou a falar. Torna-se normal andar com o passo apressado e com atenção constante…
"Just in case..."

A minha passagem em Belo Horizonte foi bastante porreira. Encontrei-me com uma antiga colega minha que está a tirar Medicina por lá. Descobriu, pelo hi5, que eu também andava pelo Brasil (Digam lá que o hi5 não consegue ser fantástico…). E pronto, de um mero acaso cria-se uma visita de 3 dias. Não a via há mais de seis anos, mas foi um reencontro bastante animado e rapidamente nos encontrámos com o à-vontade de outros tempos.

Levou-me a um “Sítio”, ou seja, uma quinta enorme que era de uma colega dela. Um casarão que para além do churrasco ainda tem direito a piscina e campo de futebol. Era uma típica churrascada de fim-de-semana, claro! Apenas para as colegas da equipa de futsal da faculdade dela e eu, como convidada, ou melhor... como colas. Felizmente a receptividade brasileira deixa-me à vontade!
Foi comer e beber à grande durante a tarde toda... Lembro-me de provar coração de galinha. Só me apeteceu vomitar, e não volto a repetir a proeza. Todos se riram na minha cara pela expressão que fiz ao mete-lo na boca…! A mim custava-me só a ideia de ter uma artéria aorta na minha boca, mas isso já são detalhes a mais para uma simples refeição. No final, de barriga demasiado cheia para a necessidade, ainda dancei ao som de música brasileira, como se gostaste tanto dela quanto as restantes pessoas que lá estavam... Consegui, com um sorrido na cara aproximar-me ao que eles chamam de sambar.

E é assim que as coisas acontecem no Brasil:
Sais de um terminal, passas por inúmeros pedintes, tentas não ficar petrificada com o nível de pobreza que te rodeia. Entras no táxi, cobram-te o triplo do preço normal, mas pagas e ficas feliz por chegar viva ao destino. No caminho olhas para uma cidade velha, suja, suada e abafada de tanto calor. Chegas a casa da tua amiga. Sentes-te segura com os três trincos na porta. Voltas a sair de casa, desta vez de carro. Vais até um sítio, que tem um bom sistema de segurança e retomas o equilíbrio de te sentires segura. Aí comes e bebes à grande. Festejas e danças, como se nada do que viste no percurso simplesmente existisse.

No mínimo, bizarro!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Rasteira às Expectativas






Escolhemo-nos numa aleatoriedade absurda, dissolvida num simples “Adeus, depois diz qualquer coisa”. Se eventualmente voltássemos a ter uma conversa com uma duração superior a trinta minutos, já seria muito para o que considerava na altura.
No final de contas acabei completamente enganada. Agora até podia escrever um livro… “Como passar bastante tempo a brincar com as mãos de alguém que conhecemos por acaso…” Não venderia uma única cópia de tão entediante! Mas também é um detalhe de uma perspectiva, que não a nossa…
E Falas. Muito. Trivialidades. Tantas que nem tens noção. E depois de falares imenso. Paras e pedes-me para te ensinar o A E I O U. Esse 88 que te deixa nervoso relativamente ao 85, não tem razão de ser... Rio e digo para te contextualizares. No final de contas o 85 afinal até pode perder para o 88... Olhas-me com o olhar de "quantidade não revela qualidade" e seguimos para a conversa seguinte comigo ainda a matutar se não sou eu que precisarei de uma moldura para disfarçar alguma coisa...
Sem te esforçares sequer para isso, fizeste uma rasteira às minhas expectativas. Deste-lhe a volta. E logo tu que vives sem qualquer projecto. Até utilizaria o “carpe diem”, mas está tão batido que prefiro troca-lo por “Tudo na hora, o que vier, virá…”
Resumindo: Aparece-me o “Vejo na hora” a confrontar o meu clássico “A ver vamos, mas não me parece…”. Resultado? “Ainda estamos a ver!”

terça-feira, 26 de maio de 2009

Torto, por linhas Direitas...


Dizem que Deus escreve direito em linhas tortas. Pois bem, quanto a nós, passa-se exactamente o oposto. Até podíamos ter réguas e esquadros que nada nos adiantava. Nem com todo e qualquer indicador do que fazer… Até o caminho podia estar marcado com luzes de aterragem, que simplesmente não adiantava.

Não nos escrevemos da forma correcta...
Fomos maus parágrafos. Parágrafos trocados por outros parágrafos... Parágrafos que se sentiram usados. Parágrafos enraivecidos. Parágrafos que juraram que nunca mais acreditaram que podiam fazer um texto. Parágrafos desorientados. Parágrafos traídos.
Noutras alturas também fomos poemas. Com estrofes que não rimam. Nem de forma emparelhada, nem de forma cruzada. Não havia qualquer sonoridade semelhante que chegasse perto a uma rima.

Incrível é, dois anos depois, ainda teres vontade de escrever algo nosso. Por muito gatafunho que seja! Por muito torto que o texto sairá…
Vamos admitir, se pudéssemos traduzir a nossa relação num texto, o resultado seria uma sopa de letras... Procura pacientemente e, com sorte, ainda encontras palavras que se relacionem. Foi assim que fomos e é assim que seriamos!
Não te esforces para tentar fazer um texto. Ao que nos diz respeito, e depois de tudo, combinar duas palavras que conjuguem decentemente é quase impossível.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dentro ou fora de Contexto?


Resolveste colocar uma aliança e dizer "sim" perante o padre, a família e amigos… A tua mãe chorava o teu pai engolia em seco para não o fazer (homem que é homem não chora… aprendeu isso com o pai dele, de certeza…).
Eu e a Carol olhávamos perplexas!
Eras tu! A Ica que conheci em 97 e que me fez companhia durante os tempos de ginástica. A Ica que fez o interrail comigo. A Ica das inúmeras férias, desde o Algarve à Ericeira. A Ica que acompanhou 30 mil histórias da minha vida e a Ica que eu acompanhei nas suas 30 mil histórias…
A Ica agora estava num vestido branco de 1500 euros. (Com esse dinheiro dava a volta ao mundo e ainda tomava chá com o Papa, deixo como nota, amiga…)
Ali mesmo ao teu lado… era ele, o teu futuro marido!
O padre… bem. Lá estava a fazer o que lhe competia…
E eu. Juro que não sei o que dizer!
No meu sentido prático das coisas só me aparece esta perspectiva: se viveres até aos 85 anos, são 61 anos juntos. Qual a pressa de casar agora!?
61 anos!!!
Direito a bodas de prata, ouro e ainda ganham 11 anos extra, como bónus!
Hip Hip Hurra! Tragam os Foguetes!!!

Ser pragmática e irónica, dá nisto!
O engraçado está que, perante tal afirmação, é possível ser considerada tão estúpida quanto inteligente… dependente da perspectiva, claro está. A minha mãe enquadrava-me no primeiro grupo. Algumas amigas veneravam tamanha ilação com um prémio Nobel… Okay, talvez não tanto. Apreciariam a minha perspectiva, apenas!

Uma amiga comum, na tua despedida de solteira, dizia que a magia… Sim “a magiaaaaa” está em sair de casa dos pais, para se ir viver em casa do marido…
Pois claro está… A magia!

Estou no séx XXI, não estou?
Sou eu que estou fora da de contexto e preciso de reorganizar ideias? Que nesse caso expliquem-me como é que eu simplesmente não vejo “A Magia…”

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Prateleiras Hormonais


No meu 9º ano, decidida como sempre, no que diz respeito ao meu futuro, entrei no gabinete da Psicóloga da escola a afirmar que queria ser Professora de Ed. Física. Ainda hoje me espanto ao pensar na segurança que dizia aquilo com apenas 13 anos. Ia ser professora de Educação Física, dar aulas de dança paralelamente e sobretudo, ser feliz!
Típico da minha pessoa.
Quase aposto que imaginava isso tudo com um arco-íris como plano de fundo, e purpurinas… muitas purpurinas…. De várias cores e feitios…

Testes psicotécnicos!? Os resultados bateram totalmente ao lado.
Quarto Agrupamento. Portanto Línguas… Professora de História, Inglês ou Francês, Assistente Social e Actriz.
A Psicóloga disse que nunca lhe tinha aparecido ninguém tão convicto de algo que nos testes revelasse o extremo oposto (é que nem o agrupamento acertei...!). Sinceramente quero acreditar que isto seja visto como uma virtude e não um defeito de fabrico…
Claro está, que não seriam uns testes psicotécnicos que iriam resolver o que queria fazer da vida. Mudei de escola para o agrupamento científico–natural, tendo Desporto como opção técnica. Mais tarde dei por mim a treinar para os pré-requesitos e daí a sentar-me no anfiteatro da faculdade, foi um pulinho. Enquanto tinha aulas de disciplinas de difícil nome como cinantropometria e cinesiologia, ainda tirei um curso de dança para poder começar a dar aulas por aí em ginásios…

Hoje é o meu último dia de aulas da faculdade.
Estágio com ela… Em Setembro, seja ali na Amadora, Carcavelos ou Ilha de S. Miguel, estarei a olhar para uns quantos adolescentes idiotas que me chamarão de ‘stora…
E eu, típica estagiária, esfolar-me-ei ao máximo para compreender, ajudar e ensinar aquelas cabeças de ar, que não passam de um simples depósito hormonal desregulado. Neles não existem prateleiras ou gavetas onde se organizem tamanhas alterações e inovações.

Após todo este percurso… E agora que vivo a realidade que projectei, mais perto…
Lá está! A idade leva a que arrumemos o nosso depósito hormonal…
E quando olhamos para dentro e analisamos as várias prateleiras que se encontram minimamente arrumadas. As gavetas dos ideais sobrepostas, onde as de cima contêm assuntos de maior ênfase e as debaixo o menos essencial, mas que nunca se sabe quando o seu conteúdo será necessário e por isso não se deita fora…
A perspectiva torna-se completamente diferente…

Será que é exactamente isto que eu quero?
Na realidade, não me sinto muito satisfeita com a minha perspectiva de futuro, sobretudo neste país onde a Educação vai de mal a pior, ao ponto de haver quem se dê ao desplante de afirmar que os professores são "os inúteis mais bem pagos deste país” [Oh Miguelito, Miguelito! Se a tua mãe fosse viva, quase aposto que, muito à moda antiga, colocava um piri piri na tua boca. O Equador deve ser totalmente fruto da tua grande capacidade auto didacta…]

E é assim…
Agora lá vou eu para a faculdade, para viver o meu último dia de estudante… De hoje em diante já não há desculpas para desregulações hormonais… Olhem. Juro que tenho pena!

E, venha o que vier… hum… virá!
Não tenho a mesma capacidade de projectar seja o que for com a mesma facilidade e convicção típica, de uns belos anos atrás…
As prateleiras encheram-se, no entretanto!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Quadro sem Moldura


Perguntaste-me porque raio resolvi meter conversa…
Porque sou assim. Quando dou por mim estou no elevador a dizer ao vizinho que me esqueci do telemóvel no carro… ou ao rapaz que me atende numa estação de serviço que tem um nome bonito quando olho para a o identificador com o nome dele… ou à esteticista que ando a pensar ir estagiar para os Açores… ou, até mesmo, ao senhor da portagem que não fique chateado comigo quando procuro desesperadamente trocos perdidos na mala…
Simplesmente podia estar calada! Mas não… É mais forte que eu!
Até nas longas viagens de expresso, acabo por contar metade da minha vida ao desgraçado que teve o azar de, na aleatoriedade de números de bancos num expresso, calhar no lugar ao lado do meu…!
Porque meti conversa contigo!? Não de forma tão instintiva, já que no meio da multidão que nos rodeava não seria só fruto do acaso e de falta contenção da minha boca…
Na realidade pareces-me bem! Nada de grandes ornamentações. Não te escondes em roupa de marca, não te evidencias com acessórios, não de enalteces com aqueles penteados da moda que exigem duas horas em frente a um espelho e um boião de cera de cabelo… Pareces-me bem apenas com os ténis, calças de ganga e t-shirt clara! Porque és um bom quadro e não precisas de uma grande moldura que te engrandeça.
Porque se fosses tão simples por dentro, como te mostravas por fora, não seria uma pequena abordagem da minha parte, mesmo que ridícula, motivo para achares que não o devia fazer…
Por isso, meti conversa!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O ego foi de férias...

O meu professor de Psicologia do 12º ano chama-se Pestana. Ou pelo menos era assim que o chamavam… Tenho ainda, uma vaga ideia da imagem dele. Alto esguio e meio careca. Tinha também uns óculos pequenos. Era um porreiro. Até o ouvia com a atenção devida… E se o vir na rua não contenho um “Olá Professor, boa tarde…”.

A psicanálise foi um tema que me fez abrir o olho mais que o costume… mas sempre descontextualizando a matéria para os lados da criatividade…

Por outro lado, quando se fala de algo pouco palpável como o consciente, para quem vive constantemente com uns óculos cor-de-rosa que fazem ver o mundo sempre melhor do que realmente é, difícil acaba por ser, não descontextualizar todo o conteúdo que se encontra dentro do psíquico…

Ora bem.

De uma forma muito pouco científica, a minha interpretação das aulas sobre psicanálise do Pestana levaram-me a esta conclusão:

O meu Id nasceu comigo e representa todos os instintos, impulsos e desejos manifestados de forma inconsciente. Muitas das vezes quando não entendo porque raio fiz tamanha idiotice, agora já posso culpar alguém… Ou pelo menos alguma coisa… O caso do Super-Ego é diferente. Foi-me implementado. Aparece no sentido de reprimir as pulsões do Id, uma espécie de “alto aí e para o baile”, vamos é fazer o que moralmente é aceite… Aparecendo também inconscientemente.

Falta então apresentar o Ego. No meio de tanta vontade inconsciente é necessário haver alguém que saiba, ao menos, que existe… Aqui aparece o meu Ego. Cá anda, aos encontros e solavancos, quer com o Id, quer com o Super Ego… Tadito. A ver se orienta. Curioso é o facto do meu consciente muitas das vezes trabalhar de forma tão neutra que quase que parece inconsciente… Na realidade parece que não está por aqui e vivo então na Republica das Bananas…

Após tal lição, levada por mim com a maior das leviandades… ponderei mesmo, se em várias ocasiões da minha vida, o meu ego não foi de férias… é que, muitas vezes, juro que parece!